Exposição 3 Artistas OD


Teresa Sousa
Lisboa, 1959
Engenheira de Sistemas Decisionais
Finalista do Curso de Desenho e Pintura Estudos Avançados (2016-2019)

“A Teresa Sousa manifestou desde logo um forte empenho em trabalhar e aprender a VER como só os artistas são capazes. Trabalhadora, disciplinada, apaixonada. Qualidades que a ajudam a percorrer de um modo seguro os complexos caminhos da criatividade artística. Nesta sua primeira exposição os seus trabalhos são propostas consistentes, logo, desafiadoras. Teresa Sousa é uma artista em crescendo. Estejamos atentos à sua obra.”
Rui Aço

“O meu percurso enquanto aluna de Desenho e Pintura na Oficina do Desenho conduziu-me à fantástica descoberta da minha capacidade de imaginar. Comecei a observar o que me rodeia com um outro olhar, que me permite ver figuras “escondidas” nas diversas formas que a Natureza apresenta, nas sombras e luz que os objectos do nosso quotidiano nos oferecem.
Essa foi a chave para aceder ao meu imaginário: observar atentamente o que permanece invisível no mundo fisicamente real.

Costumo dizer que há algo de ‘mágico’ na criação de um desenho ou pintura. Tudo se passa como se o nosso subconsciente nos fosse orientando de tal modo que o resultado constitui uma surpresa que, no entanto, fomos adivinhando no decorrer da sua construção... provavelmente é apenas a intuição a dar o seu contributo.

Entretanto, para culminar este precioso percurso de aprendizagem, a Oficina do Desenho deu-me a oportunidade de expor os meus trabalhos publicamente.

Nesta minha primeira Exposição a maioria dos trabalhos apresentados corresponde às primeiras etapas do meu percurso, reflectindo a minha resposta pictórica a temas propostos pelo Mestre Rui Aço. As restantes obras apresentadas foram desenvolvidas numa fase posterior, enquanto aluna de Estudos Avançados, sendo os respectivos temas inteiramente da minha autoria.

Estas obras baseiam-se em memórias vividas ou interiorizadas através da observação e introspecção. Cresci num ambiente maioritariamente feminino, o que me permitiu testemunhar lides domésticas, momentos de lazer, tristezas, alegrias, conversas e silêncios das mulheres que habitaram a minha infância. Eis uma razão para a predominância de figuras femininas na minha Pintura.

Acontece que as minhas memórias dialogam comigo e que eu gosto de brincar com elas. Enfeito-as com toques de imaginação, misturo-as e construo imagens que formam pequenas histórias que guardam pensamentos, emoções e sentimentos e que registo sob a forma de desenho e pintura.

Por fim, se as histórias que proponho através da minha pintura, suscitarem nos observadores diversas reacções e interpretações, diria que tenho um excelente incentivo para continuar com o meu trabalho, a minha Pintura.”
Teresa Sousa




Suzanne Vanden Schrieck
Bélgica, 1984
Osteopata
Finalista do Curso de Desenho e Pintura Estudos Avançados (2016-2019)

“Com uma hábil e criativa capacidade de superação, a Suzanne conseguiu dar forma a um percurso que no decorrer do tempo regista em crescendo um conjunto de trabalhos onde a pesquisa e a experimentação são uma constante.

Apesar de algumas dificuldades de comunicação, entretanto superadas, a Suzanne conseguiu sempre interpretar os desafios que lhe foram propostos no decorrer da formação.

Dotada de uma excelente capacidade de observação, destreza riscadora e sentido estético revelou na sequência dos projectos de desenho um conjunto de obras de elevada qualidade artística onde a experimentação é uma constante. Algumas dessas peças poderão ser observadas nesta exposição.

Muito atenta à realidade social e cultural que a rodeia, regista-as numa miscelânea que envolvem as suas memórias. Essa mistura abstracisante surge essencial- mente nas suas pinturas quase sempre obedientes a curtas paletas de modo a que a luz se construa com as formas construídas, de um modo simples, directo.

As obras agora expostas revelam uma profunda e séria reflexão onde a aprendizagem a experimentação e o ensaio se consubstanciam em termos estéticos e artísticos de valor claramente sustentável.

O percurso da Suzanne não termina aqui. A fase seguinte, já em andamento, corresponderá à realização de projectos autorais integralmente independentes.”
Rui Aço

“Provavelmente foi entre os 6 e os 7 anos que fui motivada pela ideia de ter aulas de arte.

’Isso é aborrecido’ disse a minha mãe.
‘És demasiadamente criativa para ter aulas de arte’ disse a minha mãe.
‘Não é o que estás a pensar’ disse a minha mãe.
Demorei mais de 25 anos. Uma mudança para Portugal... e finalmente comecei!

E o que encontrei... um grupo que me tem acompanhado:
O Mestre Rui Aço, um pintor e professor apaixonado;
Teresa Sousa, uma colega inspiradora e parceira da pintura;
Paulo Paz, pacificamente armado com uma ou duas câmeras;
e o professor Miguel Teixeira, estável e persistente.

Aprendi a ver, a pensar em termos de luz e sombra, o observar das cores e as subtilezas que me escapavam. Experimentei, fiquei presa, corri riscos, fui abaixo, quebrei regras e encontrei-me. Descobri aspectos de mim mesma, fiquei ainda mais confusa, (nunca) estraguei tudo e no entanto vou encontrando soluções que constantemente me surpreendem.

O trabalho exposto representa o meu caminho percorri- do nestes últimos anos. Nenhuma das obras é arte final, nada é definitivo.”
Suzanne Vanden Schrieck




Francisco Saldanha
Lisboa, 1944
Empresário
Curso de Desenho e Pintura (2006-2018)
Artista Residente da Oficina do Desenho

“Entre 2006 e 2018 o Francisco estudou e trabalhou com alegria, entusiasmo e dedicação no seu percurso de estudos artísticos. Desde logo e de um modo surpreendente a “veia artística” foi vindo ao de cima, foi-se revelando de trabalho em trabalho.

Tudo começou pelo Desenho. Desenhos, que desde logo foram tomando formas diversas, inventadas e criadas pelo artista através das peculiares ferramentas riscadores e dos vários carimbos por si construídos.

Desenhos predominantemente acromáticos, mas estrutu-ralmente ritmados.
Predominantemente paisagísticos em plantas labirínticas ordenadas numa espécie de urbanidades silenciosas.

No decorrer do percurso, a dada altura surgem as manchas do claro e escuro. Manchas construídas pelo vai e vem das raqueletes, espátulas e esponjas sobre o ordenado agitar das telas. Também aqui predominam os tons acromáticos eivados da cor de mel. O sinal do começo da cor?

Então surge a cor. São as manchas ensaiadas em pequenos suportes. São criadas como uma escrita, como se fossem recados que se juntam, amalgam numa festa cromática. As cores são imanentes de pequenas janelas/pinturas. Enigmáticas, umas mais, outras menos. Depois as faixas, ora ordenadas ora desfazendo-se entre si.

Ao chegar a hora de dar testemunho do aprendizado aceita o desafio de durante dois anos (2016/2018) dar forma a um projecto pictórico que lhe é proposto.

Neste exposição revela-se um pouco do universo pictórico de Francisco Saldanha.

Antevêem-se outro caminhos. Outras propostas. Outras exposições.”
Rui Aço