Manifesto Cultural


A cultura só será entre nós libertada de tutelas centralistas na medida em que se emancipar quer dos dogmatismos  ideológicos ostensivos quer dessa pseudoneutralidade cinzenta, para assumir as diferenças   que civilizacional e socialmente a constituem, a todos os níveis.

JOSÉ AUGUSTO SEABRA



Reflectimos, ensaiamos e procuramos atingir face aos vários desafios que nos rodeiam, a melhor maneira de fazer sentir de um modo inequívoco que cultura é o diálogo do homem com o seu tempo, estético, ético, resultante do encontro da tradição com a capacidade criativa e fruidora do indivíduo.

Queremos exaltar aquilo em que acreditamos manifestando publicamente o que consideramos que deverá ser feito para que as políticas da Cultura e das Artes sejam repensadas em termos pluralistas, com autenticidade democrática, de modo a que estas se realizem livres de qualquer dogma ou eivadas de interesses alheios à sua natural persecução junto das populações de Cascais.  

A “política cultural” que se vem  praticando em Cascais confunde animação e entretenimento com criação e fruição cultural, veiculada por um provincianismo mimético das modas importadas.

É urgente inverter esta tendência!

É urgente por em prática uma concepção pluralista da cultura, afirmando a harmonia entre a tradição e a modernidade contemporânea não abdicando da independência critica face aos partidos políticos;

É urgente demonstrar de uma forma inequívoca que a cultura não é um sucedâneo das ideologias mas sim uma prática continuada da pluralidade sem perda da unidade profunda que nos envolve com outras civilizações particularmente com os povos lusófonos;

É urgente que em Cascais, a sociedade civil organizada em Associações Culturais, intelectuais, artistas e cidadãos comuns conjuguem esforços e sejam capazes de ser inequivocamente a alternativa à actuação directa dos  conservadores aparelhos político-partidários no que respeita às exigências da modernidade e ao respeito pelas expectativas dos vários públicos.


Para tal é necessário desenvolver e por em prática uma política cultural, dinâmica, informativa e formativa, desafiadora e crítica, reflectindo e incidindo permanentemente nos valores patrimoniais, históricos e tradicionais.

É na assunção das diferenças e no relacionamento reciproco assente no respeito mutuo que se assume a eficácia dilatando as políticas da cultura em redor da dignificação das pessoas, difundindo o passado o presente e o futuro.

Fazendo Cultura, fazendo História!

Cascais, Agosto de 2013